Post by Nadica (She/Her) on Nov 14, 2024 2:42:44 GMT
Ministério da Saúde recusa nova vacina Covid e preocupa especialistas em saúde pública no Brasil - Data: 07/11/2024
Autor: Alex Faria
Falta de vacinas atinge 64,7% dos municípios no Brasil, revela estudo; crise preocupa saúde pública e desafia autoridades no combate a doenças
O Ministério da Saúde enfrenta um dilema relacionado à gestão de vacinas contra a Covid-19, envolvendo um impasse contratual com a farmacêutica Moderna. Inicialmente, o ministério havia aceitado uma proposta para receber 3 milhões de doses atualizadas, adaptadas à variante JN.1. Contudo, em um movimento inesperado, a pasta optou por recusar essas doses e exigiu a entrega de vacinas mais antigas, voltadas para a cepa XBB, atualmente disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
A decisão de rejeitar as vacinas da variante JN.1 baseia-se no fato de que elas ainda não possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que poderia complicar sua importação. Em defesa da escolha, o Ministério da Saúde argumenta que o modelo XBB já é atualizado, seguro e eficaz para o cenário epidemiológico do país.
Apesar disso, fontes internas da Anvisa sugerem que seria viável autorizar a importação excepcional das doses mesmo sem o registro formal. Tal procedimento já foi utilizado em ocasiões anteriores para produtos do SUS. No entanto, representantes do ministério criticam o tempo necessário para essas aprovações pela Anvisa, mencionando uma demora significativa em processos semelhantes passados.
A Moderna comunicou ao ministério que não fabrica mais a vacina adaptada à variante XBB, tendo encerrado sua produção global. Além disso, a empresa destacou que já havia alcançado um acordo preliminar com o governo brasileiro para fornecer as doses mais recentes.
Em resposta às dificuldades encontradas no cumprimento do contrato inicial, o Ministério da Saúde iniciou um processo administrativo contra a Moderna, com possíveis penalidades que incluem multas e restrições futuras em contratos governamentais. A ação ocorre em um contexto onde a equipe liderada por Nísia Trindade comprometeu-se a disponibilizar 70 milhões de doses atualizadas em 2024.
Foram adquiridas 12 milhões de doses atualizadas para a cepa XBB, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, houve limitações na oferta para vacinação infantil devido à proximidade do vencimento dos lotes existentes. O Ministério aguarda a liberação de novos lotes pela Anvisa e planeja adquirir mais 69 milhões de doses para públicos prioritários. O Instituto Serum e a Pfizer foram vencedores dessa disputa, porém os contratos ainda aguardam formalização.
Recentemente, houve relatos de desabastecimento de vacinas em diversos estados brasileiros. O Ministério da Saúde assegura que os estoques foram reabastecidos e nega qualquer risco iminente de falta de imunizantes, o que é contestado pela realidade; consultamos as UBSs do ABC e a falta da vacina permanece. Paralelamente, uma investigação preliminar conduzida pela Procuradoria da República no Distrito Federal analisa alegações de omissão na gestão da pandemia sob a liderança atual.
23 estados já receberam as vacinas contra a Covid-19
Ministério da Saúde informa que concluiu a distribuição das doses de vacinas contra a Covid-19, parte de lote de 1,2 milhão de compra emergencial de imunizantes atualizados, para 23 estados. Com a entrega, foram contemplados: Paraíba, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Paraná, Sergipe, Tocantins, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Alagoas.
O Ministério da Saúde informa que não há falta generalizada de vacinas no Brasil. “Atualmente, a imunização é recomendada, rotineiramente, para o público prioritário: pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, crianças, entre outros. Também é indicada para a população que não completou o esquema primário, de duas doses”,
Nos municípios, repetimos, o problema persiste.
Este complexo cenário destaca os desafios contínuos enfrentados pelo governo brasileiro na manutenção e atualização dos estoques de vacinas contra a Covid-19, em meio às mudanças rápidas nas variantes do vírus e às demandas contratuais internacionais.
Lack of vaccines affects 64.7% of municipalities in Brazil, study reveals; crisis worries public health and challenges authorities in fighting diseases
The Ministry of Health is facing a dilemma related to the management of vaccines against Covid-19, involving a contractual impasse with the pharmaceutical company Moderna. Initially, the ministry had accepted a proposal to receive 3 million updated doses, adapted to the JN.1 variant. However, in an unexpected move, the ministry chose to refuse these doses and demanded the delivery of older vaccines, aimed at the XBB strain, currently available in the Unified Health System (SUS).
The decision to reject the JN.1 variant vaccines is based on the fact that they are not yet registered with the National Health Surveillance Agency (Anvisa), which could complicate their import. In defense of the choice, the Ministry of Health argues that the XBB model is already up-to-date, safe and effective for the country's epidemiological scenario.
Despite this, internal sources at Anvisa suggest that it would be feasible to authorize the exceptional import of doses even without formal registration. This procedure has already been used on previous occasions for SUS products. However, representatives of the ministry criticize the time required for these approvals by Anvisa, mentioning a significant delay in similar processes in the past.
Moderna informed the ministry that it no longer manufactures the vaccine adapted to the XBB variant, having ended its global production. In addition, the company highlighted that it had already reached a preliminary agreement with the Brazilian government to supply the most recent doses.
In response to difficulties encountered in fulfilling the initial contract, the Ministry of Health initiated an administrative proceeding against Moderna, with possible penalties including fines and future restrictions on government contracts. The action takes place in a context where the team led by Nísia Trindade has committed to making 70 million updated doses available in 2024.
A total of 12 million updated doses for the XBB strain were purchased, in accordance with recommendations from the World Health Organization (WHO). However, there were limitations in the supply for childhood vaccination due to the approaching expiration of existing batches. The Ministry is awaiting the release of new batches by Anvisa and plans to purchase an additional 69 million doses for priority groups. The Serum Institute and Pfizer were the winners of this dispute, but the contracts are still awaiting formalization.
There have recently been reports of vaccine shortages in several Brazilian states. The Ministry of Health assures that stocks have been replenished and denies any imminent risk of a shortage of vaccines, which is disputed by reality; we consulted the UBSs in ABC and the shortage of vaccines remains. At the same time, a preliminary investigation conducted by the Public Prosecutor's Office in the Federal District is analyzing allegations of negligence in the management of the pandemic under the current leadership.
23 states have already received vaccines against Covid-19
The Ministry of Health reports that it has completed the distribution of doses of vaccines against Covid-19, part of a batch of 1.2 million emergency purchases of updated immunizers, to 23 states. The following states were included in the delivery: Paraíba, Bahia, Ceará, Federal District, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Paraná, Sergipe, Tocantins, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina and Alagoas.
The Ministry of Health reports that there is no widespread shortage of vaccines in Brazil. “Currently, immunization is routinely recommended for the priority population: people aged 60 or over, pregnant women, postpartum women, health workers, children, among others. It is also recommended for the population that has not completed the primary schedule of two doses,”
In the municipalities, we repeat, the problem persists.
This complex scenario highlights the ongoing challenges faced by the Brazilian government in maintaining and updating COVID-19 vaccine stocks amid rapidly changing virus variants and international contractual demands.
Autor: Alex Faria
Falta de vacinas atinge 64,7% dos municípios no Brasil, revela estudo; crise preocupa saúde pública e desafia autoridades no combate a doenças
O Ministério da Saúde enfrenta um dilema relacionado à gestão de vacinas contra a Covid-19, envolvendo um impasse contratual com a farmacêutica Moderna. Inicialmente, o ministério havia aceitado uma proposta para receber 3 milhões de doses atualizadas, adaptadas à variante JN.1. Contudo, em um movimento inesperado, a pasta optou por recusar essas doses e exigiu a entrega de vacinas mais antigas, voltadas para a cepa XBB, atualmente disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
A decisão de rejeitar as vacinas da variante JN.1 baseia-se no fato de que elas ainda não possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que poderia complicar sua importação. Em defesa da escolha, o Ministério da Saúde argumenta que o modelo XBB já é atualizado, seguro e eficaz para o cenário epidemiológico do país.
Apesar disso, fontes internas da Anvisa sugerem que seria viável autorizar a importação excepcional das doses mesmo sem o registro formal. Tal procedimento já foi utilizado em ocasiões anteriores para produtos do SUS. No entanto, representantes do ministério criticam o tempo necessário para essas aprovações pela Anvisa, mencionando uma demora significativa em processos semelhantes passados.
A Moderna comunicou ao ministério que não fabrica mais a vacina adaptada à variante XBB, tendo encerrado sua produção global. Além disso, a empresa destacou que já havia alcançado um acordo preliminar com o governo brasileiro para fornecer as doses mais recentes.
Em resposta às dificuldades encontradas no cumprimento do contrato inicial, o Ministério da Saúde iniciou um processo administrativo contra a Moderna, com possíveis penalidades que incluem multas e restrições futuras em contratos governamentais. A ação ocorre em um contexto onde a equipe liderada por Nísia Trindade comprometeu-se a disponibilizar 70 milhões de doses atualizadas em 2024.
Foram adquiridas 12 milhões de doses atualizadas para a cepa XBB, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, houve limitações na oferta para vacinação infantil devido à proximidade do vencimento dos lotes existentes. O Ministério aguarda a liberação de novos lotes pela Anvisa e planeja adquirir mais 69 milhões de doses para públicos prioritários. O Instituto Serum e a Pfizer foram vencedores dessa disputa, porém os contratos ainda aguardam formalização.
Recentemente, houve relatos de desabastecimento de vacinas em diversos estados brasileiros. O Ministério da Saúde assegura que os estoques foram reabastecidos e nega qualquer risco iminente de falta de imunizantes, o que é contestado pela realidade; consultamos as UBSs do ABC e a falta da vacina permanece. Paralelamente, uma investigação preliminar conduzida pela Procuradoria da República no Distrito Federal analisa alegações de omissão na gestão da pandemia sob a liderança atual.
23 estados já receberam as vacinas contra a Covid-19
Ministério da Saúde informa que concluiu a distribuição das doses de vacinas contra a Covid-19, parte de lote de 1,2 milhão de compra emergencial de imunizantes atualizados, para 23 estados. Com a entrega, foram contemplados: Paraíba, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Paraná, Sergipe, Tocantins, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Alagoas.
O Ministério da Saúde informa que não há falta generalizada de vacinas no Brasil. “Atualmente, a imunização é recomendada, rotineiramente, para o público prioritário: pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, crianças, entre outros. Também é indicada para a população que não completou o esquema primário, de duas doses”,
Nos municípios, repetimos, o problema persiste.
Este complexo cenário destaca os desafios contínuos enfrentados pelo governo brasileiro na manutenção e atualização dos estoques de vacinas contra a Covid-19, em meio às mudanças rápidas nas variantes do vírus e às demandas contratuais internacionais.
Lack of vaccines affects 64.7% of municipalities in Brazil, study reveals; crisis worries public health and challenges authorities in fighting diseases
The Ministry of Health is facing a dilemma related to the management of vaccines against Covid-19, involving a contractual impasse with the pharmaceutical company Moderna. Initially, the ministry had accepted a proposal to receive 3 million updated doses, adapted to the JN.1 variant. However, in an unexpected move, the ministry chose to refuse these doses and demanded the delivery of older vaccines, aimed at the XBB strain, currently available in the Unified Health System (SUS).
The decision to reject the JN.1 variant vaccines is based on the fact that they are not yet registered with the National Health Surveillance Agency (Anvisa), which could complicate their import. In defense of the choice, the Ministry of Health argues that the XBB model is already up-to-date, safe and effective for the country's epidemiological scenario.
Despite this, internal sources at Anvisa suggest that it would be feasible to authorize the exceptional import of doses even without formal registration. This procedure has already been used on previous occasions for SUS products. However, representatives of the ministry criticize the time required for these approvals by Anvisa, mentioning a significant delay in similar processes in the past.
Moderna informed the ministry that it no longer manufactures the vaccine adapted to the XBB variant, having ended its global production. In addition, the company highlighted that it had already reached a preliminary agreement with the Brazilian government to supply the most recent doses.
In response to difficulties encountered in fulfilling the initial contract, the Ministry of Health initiated an administrative proceeding against Moderna, with possible penalties including fines and future restrictions on government contracts. The action takes place in a context where the team led by Nísia Trindade has committed to making 70 million updated doses available in 2024.
A total of 12 million updated doses for the XBB strain were purchased, in accordance with recommendations from the World Health Organization (WHO). However, there were limitations in the supply for childhood vaccination due to the approaching expiration of existing batches. The Ministry is awaiting the release of new batches by Anvisa and plans to purchase an additional 69 million doses for priority groups. The Serum Institute and Pfizer were the winners of this dispute, but the contracts are still awaiting formalization.
There have recently been reports of vaccine shortages in several Brazilian states. The Ministry of Health assures that stocks have been replenished and denies any imminent risk of a shortage of vaccines, which is disputed by reality; we consulted the UBSs in ABC and the shortage of vaccines remains. At the same time, a preliminary investigation conducted by the Public Prosecutor's Office in the Federal District is analyzing allegations of negligence in the management of the pandemic under the current leadership.
23 states have already received vaccines against Covid-19
The Ministry of Health reports that it has completed the distribution of doses of vaccines against Covid-19, part of a batch of 1.2 million emergency purchases of updated immunizers, to 23 states. The following states were included in the delivery: Paraíba, Bahia, Ceará, Federal District, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Paraná, Sergipe, Tocantins, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina and Alagoas.
The Ministry of Health reports that there is no widespread shortage of vaccines in Brazil. “Currently, immunization is routinely recommended for the priority population: people aged 60 or over, pregnant women, postpartum women, health workers, children, among others. It is also recommended for the population that has not completed the primary schedule of two doses,”
In the municipalities, we repeat, the problem persists.
This complex scenario highlights the ongoing challenges faced by the Brazilian government in maintaining and updating COVID-19 vaccine stocks amid rapidly changing virus variants and international contractual demands.